As pessoas e o Google gostam de sites rápidos. De acordo com o buscador, o número de segundos que seu site demora para aparecer é um dos fatores para o rankeamento nos resultados da busca.
Sim, você entendeu: a velocidade de carregamento do seu site é um ponto crítico e muitas vezes ignorado nas estratégias de otimização para buscas (SEO). Nem vamos comentar o que isso provoca na experiência de navegação.
Os sites lentos são ruins para o usuário e o Google não gosta disso.
Sites que levam mais de 10 segundos para carregar são os mais prejudicados, segundo os funcionários do Google.
Na prática, isso funciona assim: o robô do Google leva mais tempo para indexar sites lentos. Isso prejudica o seu desempenho – e o número de páginas indexadas pelo sistema.
John Mueller, do Google diz que nos sites que levam mais de 2 segundos para carregar uma URL têm menos URL’s indexadas. Mais: após 2 segundos sem resposta, o sistema interrompe a indexação.
A Forbes fez um teste este ano e concluiu que quando as páginas carregam mais lentamente os usuários leem menos.
Veja a tabela
Tempo de carregamento de página | Impacto em 7 dias | 28 dias |
1 segundo mais lento | – 4,9% | – 4,6% |
2 segundos mais lento | — | – 5,0% |
3 segundos mais lento | – 7,2% | – 7,9% |
Ou seja: a velocidade do site afeta receitas – no caso da Forbes centenas de milhares de libras no curto prazo e milhões em longo prazo. A velocidade impacta de forma negativa a profundidade de navegação – mesmo quando é pouca lentidão. Por conta desta pesquisa, a empresa criou o novo site do FT.com (Financial Times) ainda mais rápido.
Os sites de e-commerce são os que mais sofrem quando acontecem problemas de desempenho, porque o usuário simplesmente abandona a compra. Em 2013, as pesquisas já mostravam o impacto negativo da velocidade nas vendas. Sim, no e-commerce, cada segundo conta.
Embora 2 segundos seja um tempo aceitável, outro funcionário do Google, Maile Ohye diz que o esperado é que carreguem em menos de meio segundo.
MEIO SEGUNDO.
Vejam a análise de impacto da velocidade sobre a conversão, feita pelo Walmart.
A Akamai e a Forrester Consulting fizeram uma pesquisa com internautas e descobriram o seguinte:
- 47% dos consumidores esperam que a página carregue em 2 segundos ou menos.
- 40% dos consumidores abandonam o site após 3 segundos.
- 52% dos consumidores afirmam que a velocidade está diretamente associada com a fidelidade a um determinado site.
- 14% visitam outro site.
- 23% interrompem a navegação.
Para o e-commerce, especificamente, os achados são piores (a pesquisa é de 2009, estes números podem ter mudado para menos):
- 79% desistem de comprar através do site.
- 64% procuram sites mais rápidos
A lealdade do consumidor – principalmente dos que gastam mais – está diretamente ligada à velocidade de carregamento. Os usuários e compradores classificado como heavy users não compram no site se for muito lento e também evitam a loja física da marca.
Sabem o que é pior? Metade dos 500 maiores sites de e-commerce dos Estados Unidos levam mais de 4 segundos para carregar – e os brasileiros também não são muito diferentes.
Veja no Infográfico como a performance afeta as compras em sites.
Qual a velocidade dos principais sites de e-commerce do Brasil?
Para mostrar o desempenho dos 20 maiores do Brasil, conforme a lista do Olhar Digital, usamos a ferramenta do próprio Google, o PageSpeed Insights. Os resultados você confere abaixo
Desempenho dos maiores sites brasileiros pelo ranking de audiência | ||
E-commerce | Mobile | Desktop |
1º – Netshoes | 55 | 71 |
2º – Americanas | 56 | 70 |
3º – Walmart | 47 | 73 |
4º – Aliexpress | 49 | 53 |
5º – Submarino | 58 | 71 |
6º – Extra | 42 | 63 |
7º – Casas Bahia | 42 | 63 |
8º – Magazine Luiza | 51 | 66 |
9º – Dafiti | 54 | 76 |
10º – Ponto Frio | 41 | 59 |
11º – Saraiva | 72 | 76 |
12º – Shoptime | 52 | 71 |
13º – Ricardo Eletro | 53 | 67 |
14º – eBay | 58 | 64 |
15º – Centauro | 62 | 76 |
16º – Hotel Urbano | 45 | 80 |
17º – Amazon | 57 | 76 |
18º – Kanui | 60 | 77 |
19º – Passarela | 46 | 58 |
20º – Fastshop | 52 | 57 |
Reordenamos a mesma tabela filtrando pelas notas do Page Speed e vejam o que acontece:
Desempenho dos maiores sites brasileiros por velocidade – audiência x velocidade | ||
E-commerce | Mobile | Desktop |
16º – Hotel Urbano | 45 | 80 |
18º – Kanui | 60 | 77 |
9º – Dafiti | 54 | 76 |
11º – Saraiva | 72 | 76 |
15º – Centauro | 62 | 76 |
17º – Amazon | 57 | 76 |
3º – Walmart | 47 | 73 |
1º – Netshoes | 55 | 71 |
5º – Submarino | 58 | 71 |
12º – Shoptime | 52 | 71 |
2º – Americanas | 56 | 70 |
13º – Ricardo Eletro | 53 | 67 |
8º – Magazine Luiza | 51 | 66 |
14º – eBay | 58 | 64 |
6º – Extra | 42 | 63 |
7º – Casas Bahia | 42 | 63 |
10º – Ponto Frio | 41 | 59 |
19º – Passarela | 46 | 58 |
20º – Fastshop | 52 | 57 |
4º – Aliexpress | 49 | 53 |
O baixo desempenho de velocidade é um fator para a baixa taxa de conversão brasileira, que é de 1,23% em média, metade do que se verifica nos Estados Unidos.
Como melhorar a velocidade do seu site
- O primeiro passo é ver as recomendações do Page Speed Insights do Google. Por lá estão as principais recomendações para melhorar a velocidade de carregamento e resolver problemas de usabilidade.
- Infraestrutura – se você usa infraestrutura própria garanta o desempenho do servidor, redundância, latência e resposta rápida.
- Cuidado com Javascript e CSS – a maioria dos alertas do Google para os sites acima são exatamente este. Você pode reduzir o tamanho e peso destes elementos em suas páginas usando as normas do W3C e ferramentas de compressão.
- HTML – o código da página deve ser limpo. Quanto mais limpo, mais rápido para carregar.
- Cache – use o cache dos navegadores a seu favor.
- Compressão de imagens – é o ponto mais delicado e mais fácil de resolver. Há programas que reduzem em até 30% o tamanho sem perda de qualidade.
- CDN – O uso de redes de distribuição de conteúdo (Content Delivery Networks) permitem que o site carregue muito mais rápido, porque estas redes entregam as imagens através do servidor mais próximo.
Artigo traduzido e adaptado de Hobo por Raphael Lassance. Publicado no LinkedIn.
foto: Jan Persiel via Compfight cc