Para a edição do mês de Dezembro de nosso quadro de entrevistas, o Blog da Jet conversou com Paulo Centenaro, Diretor Executivo da APADI (Associação Paulista de Agências Digitais). Centenaro falou sobre o novo Manual de Preços e Serviços Digitais, lançado pela APADI no dia 01/12, explicando a metodologia utilizada para sua elaboração e os objetivos da APADI com este documento em termos de contribuição para o segmento digital.
Formado em Economia pela PUC, Paulo Centenaro exerceu os cargos de Sócio Diretor na Revista About (uma das primeiras publicações dedicadas à cobertura do setor de Propaganda e Marketing, da qual foi um dos fundadores), Consultor Comercial em empresas como Cappuccino Digital, Cliente S.A., Sob Medida, entre outras. Teve também passagem pelo Grupo Estado. Desde Abril de 2010 atua como Diretor Executivo na APADI.
Blog da Jet: Qual a função do Manual de Serviços Digitais elaborado pela APADI?
P. Centenaro: Nosso objetivo é apoiar o crescimento legal e sustentável de toda a cadeia que envolva ações digitais. Para isto utilizamos os produtos e serviços digitais, com características específicas, mais solicitados pelas empresas junto às agências associadas à APADi.
Blog da Jet: Você acredita que o Manual de Serviços Digitais trará maturidade ao mercado, criando um padrão na precificação por estes serviços?
P. Centenaro: Acredito que auxiliará agências e anunciantes a estabelecerem relações comerciais mais justas e viáveis para que o setor se mantenha sustentável dentro de padrões de qualidade, maximizando os resultados, otimizando as verbas investidas. Não acredito em um padrão de precificação, mas em uma referência de valores que auxilie as empresas envolvidas na definição de suas remunerações, considerando a complexidade dos serviços.
Blog da Jet: Onde foram buscadas as referências para a elaboração dos preços contidos no Manual? Qual foi a metodologia utilizada para chegar a estes valores?
P. Centenaro: Trabalhamos por mais de seis meses neste projeto. Contamos com reuniões semanais e com a colaboração de mais de 30 associados. Definimos os produtos mais procurados pelas empresas, os valores iniciais praticados pelas agências e criamos uma referência de descrição e nomenclatura de serviços digitais para as pequenas e médias empresas que se deparam com muitas ações digitais, mas nem sempre sabem o que realmente significa, e as possibilidades de retorno de determinados serviços.
Baseamos a precificação na métrica hora/homem. Com base neste cálculo definimos o escopo mínimo de trabalho e multiplicamos pelo valor da hora.
Blog da Jet: As empresas da capital são mais propensas a investimentos à altura dos sugeridos pela APADI do que as do interior do estado. Sendo assim, como a agência digital que atua nesse mercado subvalorizado pode fazer uso das sugestões contidas no Manual de Serviços Digitais?
P. Centenaro: A localização geográfica de cada agência digital é um fator que interfere diretamente sobre seus orçamentos. Cargas tributárias, salários e aluguéis são alguns pontos que podem incidir na composição de preços. Porém, a região específica em que a agência atua também tem um papel importante sobre o custo dos projetos. Isso porque algumas localidades se transformam em pólos setoriais que podem onerar ou depreciar determinados projetos, de acordo com a especialidade local e com a respectiva demanda. Incentivaremos as associações digitais regionais ligadas a ABRADi a adaptarem os valores apresentados para as suas respectivas regiões. Independente da realização deste trabalho as agências poderão utilizar este Manual para elaborar os seus orçamentos com base nos seus próprios valores de hora/homem e considerando a maior, ou menor, complexidade de cada projeto.
Blog da Jet: Quais são as variáveis que podem impactar na precificação proposta pelo Manual de Serviços Digitais?
P. Centenaro: Impostos, tipos de atendimento, região da agência, sazonalidade, custos de software, variações no escopo do serviço, volume, experiência e capacitação dos profissionais envolvidos, etc.
Blog da Jet: Por muitas vezes a empresa que contrata serviços digitais analisa apenas o fator preço. Que outros fatores também devem ser observados antes da contratação destes serviços? Qual a influência da APADI nesse controle de qualidade das agências digitais paulistas?
P. Centenaro: No final de 2009 apresentamos para o mercado o Manual de Concorrência Digital, elaborado pelos nossos associados em parceria com o professor Marcelo Coutinho, FGV, e com o apoio do I-Group, empresa responsável pela Metodologia Moebius de Planejamento Web, utilizada neste documento.
Trata-se de um método que permite uma avaliação das características das agências, das propostas apresentadas, e, dos valores orçados, considerando-se a dimensão de cada projeto dentro da realidade do seu respectivo mercado. No início de 2011 lançaremos uma nova versão atualizada deste Manual. Para empresas interessadas em uma apresentação pessoal, e detalhada de todo o processo, pode-se entrar em contato através do e-mail [email protected].