Apresentada durante o último Congresso E-Commerce Brasil, a pesquisa foi conduzida pela Precifica e Brazil Panels, com apoio do E-commerce Brasil.
O questionário “Como você lida com o seu preço?” ficou disponível na internet de agosto a dezembro de 2014 para todos os lojistas online do país. O objetivo foi levantar números relevantes sobre precificação no Brasil, além das metodologias utilizadas, nível de conhecimento e adesão a softwares de inteligência para a prática.
Com o total de 15 perguntas de múltipla escolha que abrangiam questões relacionadas ao método como cada varejista lida com a precificação dos seus produtos, os respondentes foram estimulados a descrever o que entendem por precificação, se utilizam softwares para essa tarefa, se há responsáveis dentro da empresa focados em desempenhar esse trabalho e a indicar a relevância desse tema para sua companhia.
Vivianne Vilela, do E-commerce Brasil, escreve:
Preço é, sem dúvida, um fator primordial quando falamos de comércio, seja ele físico ou eletrônico. Os dados apresentados, ineditamente, neste conteúdo trazem um pouco da realidade superficial conhecida pelo gestor do e-commerce e ratificam a amplitude do tema “precificação”, que transcende ferramentas e plataformas, mas começa um passo atrás – na profissionalização de processos, de serviços e de equipe.
Se antes o varejo fazia contas na ponta do lápis, hoje ele trabalha energicamente para se manter competitivo diante de tanta concorrência, vive os dissabores de operações insustentáveis pelas inúmeras dificuldades da gestão financeira, e não consegue designar profissionais dedicados para uma função que pode comprometer toda uma empresa – precificar os seus produtos de forma a se manter rentável e lucrativo.
Estudos como esse são necessários para identificarmos onde é preciso melhorar, crescer e amadurecer. O Brasil, sem dúvidas, é uma terra de oportunidades, mas é preciso estar preparado para os desafios do país e da velocidade com que o mundo caminha.
Alguns números sobre a precificação no universo pesquisado
- Metade os respondentes têm cargo de gerência (25%)e diretoria (23%); 77% deles são de pequenos e médios e-commerces (entre 2 e 50 funcionários); as categorias principais foram Informática, Eletroeletrônicos, Saúde e Bem-Estar, Beleza.
- Apenas 12% dos respondentes usam softwares de pricing intelligence, dos que não usam, 39% pretende adotar a prática este ano.
- 57% dos entrevistados disseram que já utilizam soluções do mercado, enquanto 27% utilizam estrutura interna para essa gestão.
- Aproximadamente 48% dos varejistas respondentes entendem que um software de Pricing Intelligence é importante para criar estratégias de preço, tanto para baixar quanto para aumentar, baseadas na concorrência.
- 23% acreditam que a ferramenta é usada principalmente para reagir rapidamente ao comportamento do mercado e 26% para aproveitar oportunidades de blindar rentabilidade e aumentar o lucro. Apenas 4% entendem que a ferramenta é utilizada baixar preços e tornar seus produtos competitivos no mercado.
- 42% dos varejistas respondentes acreditam que para combater a concorrência de preços é preciso vender produtos exclusivos. Já 28% veem o preço dinâmico como a estratégia mais eficaz. 18% fazem promoções e ofertas e 7% cobrem preço do concorrente.
- Apenas 10% possuem um departamento de Pricing para precificar seus produtos. O restante está dividido em: 39% pelo departamento de Compras e 22% pelo Marketing. 12% informaram que outros departamentos são responsáveis pela definição de preço.
- 64% baseiam seu preço de venda nos Custos Operacionais, enquanto 46% no Preço do Concorrente.
- 69% não possuem um departamento exclusivo para gerir o mix de produtos da sua loja virtual.
Conclusões:
Apesar de ser um bom reflexo das práticas de precificação no Brasil, a pesquisa traz à luz o comportamento de pequenos e médios e-commerces. Para quem já cresceu, como é o caso de boa parte dos clientes da Jet, é importante usar as ferramentas à disposição e ir além para garantir saúde do negócio e sucesso. E ir além da “guerra de preços” para transformar o varejo na locomotiva da economia do País.
Fotos: Lucia Freitas