Com o crescimento do e-commerce no Brasil, tem se acentuado também a diversificação dos modelos adotados pelas empresas para efetivar suas vendas online.
A escolha entre as modalidades 1P (first-party) e 3P (third-party) deve ser baseada, obviamente, no perfil e nos objetivos da empresa.
Como veremos neste artigo, ambas oferecem vantagens importantes, contudo, também apresentam desafios para as operações.
Modelo 1P: controle total do negócio
A principal vantagem do modelo 1P é o fato de a empresa ter controle total do seu processo de vendas.
Afinal, neste caso, a operação relaciona-se diretamente com o seu cliente, conseguindo, portanto, desenvolver estratégias específicas para a consolidação do seu negócio.
Estamos nos referindo desde a possibilidade de trabalhar melhor a questão da identidade visual da loja virtual, como a oportunidade de diferenciar a marca por meio das experiências que serão oferecidas ao cliente em cada etapa da sua jornada de compra.
Vale o registro de que hoje, ao optar por este modelo, a loja virtual tem como atender ao comportamento omni do mercado consumidor.
Por exemplo, ao contratar uma plataforma de e-commerce omnichannel e ter o seu sistema próprio de vendas, a loja pode, inclusive, fazer a integração com vários canais de vendas.
Na prática, isso significa ampliar as possibilidades de vendas, uma vez que o cliente poderá escolher se fechará a venda na loja física, no site, no mobile, nas redes sociais ou mesmo num marketplace.
Entre os benefícios do modelo 1P, importante destacar a relevância, por exemplo, das soluções de prateleira infinita disponíveis nesse tipo de plataforma, o que viabiliza total flexibilidade para a gestão do estoque.
Ou seja, o produto estará disponível para o cliente, de acordo com sua conveniência, independentemente de onde o item se encontra naquele momento e do canal selecionado para efetivar a venda.
Em linhas gerais, a adoção do modelo 1P, portanto, é indicado para quem tem interesse em focar na construção de sua marca.
Apesar das inúmeras vantagens, como se pode imaginar, a adoção deste modelo de venda exige mais investimentos por parte da empresa, uma vez que ela deve se responsabilizar por toda a operação, cuidando de todos os detalhes.
Fique atento: em razão da evolução das ferramentas, hoje é possível manter um e-commerce próprio, ao mesmo tempo em que a operação atua de forma integrada aos marketplaces.
Neste caso, então, pode explorar as vantagens desses modelos de venda, ao mesmo tempo em que atua para a construir sua marca e, claro, estabelecer um relacionamento com o seu público-alvo.
Vamos abordar mais sobre esse assunto, mas, por ora, vamos entender melhor o modelo 3P.
Modelo 3P: crescimento acelerado nas vendas
De forma simplificada, podemos dizer que no modelo 3P (third party) a proposta é terceirizar a venda e a distribuição dos produtos.
Hoje esse tipo de operação se concentra, basicamente, nos marketplaces, nos quais várias lojas virtuais usam a estrutura dessas plataformas para vender seus produtos.
O sucesso do modelo sustenta-se em diversos fatores, como a conveniência oferecida ao cliente que, num único lugar, tem a sua disposição uma infinidade de produtos.
As grandes operações exploram ainda outro diferencial importante: o fato de o cliente sentir-se mais seguro na hora da compra, uma vez que, em tese, tem por trás uma marca na qual confia.
Para as lojas, entre os benefícios, um dos principais é justamente a visibilidade obtida pelos produtos, afinal, esses canais são reconhecidos pelos altos volumes de tráfego, resultado dos investimentos realizados pelas plataformas.
Neste contexto, o alto poder de fogo dessas marcas para investir na atração do público é incomparável.
No caso do Brasil, há uma particularidade importante: além das operações de marketplace propriamente ditas, como Mercado Livre, Shopee etc., vimos nos últimos anos muitas redes de varejo (1P) abrirem suas plataformas para outros sellers.
Em muitos casos, então, o varejo atua com o modelo 1P, comercializando suas marcas próprias e, paralelamente, adota o sistema dos marketplaces (3P), permitindo que outras marcas usem a infraestrutura da sua plataforma.
Além de reforço no faturamento, uma vez que a operação é remunerada com as comissões obtidas dos sellers, a estratégia pode ajudar na fidelização do cliente, em razão da conveniência de encontrar na loja uma variedade maior de produtos.
Marketplaces: por que fazer a integração?
Refletindo sobre a questão dos modelos de negócios, importante o registro de que, atualmente, diante do comportamento omnichannel do consumidor, a saída mais adequada é a integração dos sistemas.
É indiscutível a força alcançada pelos marketplaces que, em todo o mundo, respondem pela maior parte das vendas digitais.
Para se ter ideia da dimensão, veja esses dados: hoje o modelo corresponde a 90% do faturamento do varejo online na China; a 33% do mercado norte-americano; e representa pelo menos metade de todo o faturamento do e-commerce no continente europeu.
Estudos que avaliam o comportamento de compra dos consumidores indicam que 90% dos que compram online utilizam plataformas de marketplace.
E, quando se analisam os maiores sites de comércio eletrônico em número de acessos, os marketplaces aparecem nas primeiras posições do ranking.
Ao olharmos para este cenário, é fácil deduzir a necessidade de as lojas virtuais terem estratégias que lhe permitam participar deste ambiente.
Contudo, apesar das vantagens que a loja terá ao vender em marketplace, como vimos, ter um e-commerce próprio é essencial para ajudar na evolução da operação.
Assim, uma forma simples de minimizar os riscos é atuar com uma plataforma de e-commerce omnichannel.
Para exemplificar, vamos focar nas funcionalidades do JET HUB. A solução desenvolvida pela JET faz a integração com os principais marketplaces do país.
Isso significa que, para operar com esses marketplaces, basta que o cliente indique isso no momento da configuração das suas vendas no sistema.
A partir daí, todas as ações serão gerenciadas na própria plataforma. Uma das vantagens é a facilidade para cuidar da gestão de estoque.
Como os dados relacionados à disponibilidade dos produtos estão registrados no mesmo sistema, não é necessário retrabalho no momento do cadastro.
Além de ganhar tempo, uma vez que não precisa repetir a operação em dois sistemas, o e-commerce reduz o risco de falhas.
Fica muito mais fácil também fazer a gestão da operação, trabalhando para aumentar as vendas do e-commerce na loja própria e no marketplace.
Ao gerar os relatórios sobre as vendas, por exemplo, o gestor tem uma visão clara sobre o desempenho da operação em cada um dos canais, entendendo o que funciona melhor em cada um deles.
Como mostramos neste artigo, é difícil ignorar a importância conquistada pelos marketplaces. Contudo, no longo prazo, não faz muito sentido concentrar suas vendas apenas nessas operações, ou seja, adotar o modelo 3P.
Isso pode limitar tanto a escalabilidade do negócio, como a construção de uma marca forte nessa área. Nesse sentido, a estratégia de vender em marketplace deve ser vista como mais uma possibilidade, uma forma de ampliar a visibilidade do seu e-commerce.
Gostou do artigo? Está pensando em expandir sua operação de vendas via internet? Temos mais um conteúdo que pode lhe ajudar: Inovação no e-commerce: guia para orientar as estratégias.