Gustavo Chapchap, CMO da JET, participou do episódio do podcast Descascando a Laranja, produzido pela GfK, dedicado à discussão sobre os modelos 1P e 3P no e-commerce.
O programa, apresentado por Nathalia Barboza, contou também com a participação de Fernando Baialuna, diretor de unidade de negócios da GfK.
Iniciando o debate com algumas explicações básicas sobre o assunto, Gustavo lembrou que o Brasil tem um modelo diferente, porque houve por aqui a construção de e-commerces próprios dos grandes varejistas e, em algum momento, eles possibilitaram que outros sellers usassem os seus canais.
Essas operações têm tido grande sucesso, assim como os demais modelos de marketplaces, como o Mercado Livre.
Como lembrou Gustavo Chachap, a melhor forma de entender esse tipo de operação é pensar no modelo do shopping center. As lojas presentes nesses espaços desfrutam de uma série de vantagens, como o alto tráfego de pessoas e o maior poder de fogo dessas marcas para investir na atração do público.
Nos marketplaces, no modelo 3P (third-party seller), a proposta é a mesma: o consumidor tem a sua disposição uma infinidade de produtos e sente-se mais seguro na hora da compra, uma vez que, em tese, tem por trás uma marca na qual confia.
Fernando Baialuna observou durante o encontro que a expansão do online trouxe para o varejo novos desafios, até porque a discussão principal não é se a venda vai acontecer no físico ou no online e sim a qualidade da experiência que será proporcionada ao consumidor.
Ele lembrou que, nesta jornada figital, o principal é entender o comportamento do cliente. “Muitos gestores consideram o preço um fator decisivo, mas temos visto em nossos estudos que o mais importante é ajustar o mix de produtos”, explicou.
Gustavo concordou com essa análise, enfatizando que a recomendação é que as lojas procurem entrar nos marketplaces com produtos exclusivos, porque isso permite sair da disputa por preço.
A despeito das vantagens oferecidas por essas grandes operações, o CMO da JET observa que o ideal é fazer a integração dos canais. Ou seja, é importante que a marca mantenha também o seu e-commerce próprio.
A partir daí, ele consegue explorar o potencial de cada canal, o que vai ajudar na consolidação do seu negócio. “Depender apenas da operação de um terceiro para alavancar suas vendas pode não ser uma estratégia adequada no longo prazo”, afirmou Gustavo.
O que acontece no pós-pandemia?
Os profissionais também analisaram a movimentação do varejo no pós-pandemia, quando muitas empresas estão estudando qual o melhor caminho.
A digitação acabou acontecendo a toque de caixa para muitas operações, em função das restrições impostas às lojas físicas, porém, agora é o momento de estudar qual é a estratégia adequada para cada negócio. Uma das indagações, neste sentido, pode ser resolver qual categorias funcionam melhor com o 1P e o 3P.
“O principal é que a digitalização entrou definitivamente na agenda e, a partir daí, cada um vai ter que entender o que faz sentido para a sua marca”, lembrou Gustavo.
E ter esse olhar mais estratégico para o negócio é fundamental, até porque os clientes tornaram-se muito mais exigentes. Um bom exemplo é o que aconteceu na área de logística, que teve que acelerar as entregas para fazer frente à demanda do cliente.
Outra frente importante, pensando no aprimoramento da experiência do cliente, é o emprego de plataformas que favoreçam a aproximação com o público, como é o caso do WhatsApp, que tem se mostrado relevante para humanizar a venda no ambiente virtual.
Confira a íntegra do podcast aqui: