Segundo um estudo da Nielsen e MMA, os conteúdos mais acessados através dos dispositivos mobile são as redes sociais e o e-mail, totalizando 77% dos acessos. Sua empresa precisa, portanto, pensar como está entregando o conteúdo para seus clientes.
Uma das estratégias mais usadas é o marketing de atração – também conhecido por aí como inbound marketing – que usa o conteúdo para engajar o cliente. E haja e-commerce se fazendo de amiguinho do consumidor – entre as lojas de decoração, sobram dicas para decorar a casa (com os produtos delas, claro); os magazines destacam produtos de alto valor agregado; cada negócio tenta tirar o melhor do seu mix de produto.
Apesar dos layouts muito bem feitos de forma geral há problemas. Primeiro, o mercado brasileiro mira no que vê e acerta no que não vê – a necessidade do consumidor, que acaba indo à loja por conta do e-mail marketing, mas compra produtos absolutamente diferentes dos que recebeu, por exemplo.
Segundo: uma empresa nunca é amiga do consumidor. Ele sabe disso. Você está competindo pela sua atenção. No e-commerce, além do preço, o que vai realmente chamar a atenção é atendimento, qualidade, entrega do prometido. E seu conteúdo pode, sim, ser veículo para tudo isso.
Redes sociais pedem relevância
Nas redes sociais o importante é ser relevante. E não confunda redes sociais com Facebook. Existe YouTube, com centenas ou milhares de comentários e conversas nos seus vídeos (tudo devidamente replicado no G+).
Para alguns segmentos, como moda, o Pinterest é o melhor endereço. Mas não podemos desconsiderar o Instagram ou o Twitter, que embora seja menor, tem um poder de reverberação enorme. E no gigante Facebook, as constantes mudanças de algoritmo do formam, sim, bolhas em que o conteúdo se replica – e para ultrapassá-las é preciso usar os anúncios ou outras formas de promoção de conteúdo (sempre pagas). Há dezenas, centenas de outras redes.
E como o e-commerce pode se fazer relevante na vida de seus clientes? Conteúdo. Imagens interessantes (será nosso próximo tópico). Dicas de consumo e uso de seus produtos são um ótimo começo. Se for possível, saia do padrão, pense fora da caixa, invente. Se você tiver um mercado específico, como este blog, pode também trabalhar com notícias e conhecimento sobre ele, de forma mais ampla e geral, incentivando o seu aperfeiçoamento e evolução.
Muita gente vai dizer que você tem que falar a linguagem do seu público. É? E a linguagem do seu público é a mesma da sua empresa? Em geral a resposta é um redondo não. Muitas vezes a empresa é sisuda, mas atende um público descontraído. O cenário ideal é encontrar a sua língua que se conecta com a do seu cliente. Comunicar é trocar, conversar, estar junto, ser relevante.
Relevância. Desde 2009 a palavra foi tão usada que se gastou. Só que continua importantíssima – e rima muito bem com personalização. Só ganha relevância quem consegue fazer conteúdo para a sua audiência. É preciso muito trabalho, feito de forma constante ao longo de muito tempo, com muitas tentativas e erros e monitoramento de resultados. Para isso, siga a linha: planejamento > produção > avaliação > replanejamento > produção > avaliação – repita, repita, até conseguir seu objetivo e estabeleça novos desafios.
Claro que para conseguir fazer tudo isso, você vai precisar de profissionais especializados. E o Brasil tem muitos profissionais de conteúdo talentosos – jornalistas, redatores, fotógrafos, videomakers – que conseguem ajudar a produzir e publicar o melhor conteúdo para os seus clientes.
Há um detalhe importante, sempre deixado de lado quando se fala de redes sociais e presença corporativa: as “minorias” (que no Brasil são maioria, como negros e mulheres) têm, sim, voz igual à sua empresa. Caso sua campanha/post desagrade ou pise em um calo, a equipe terá que lidar com a crise de forma rápida e eficiente. As grandes agências de publicidade, por exemplo, têm vários casos constrangedores do que não fazer – principalmente as de cerveja e produtos femininos, mas também já atingiu um dos grandes bancos do país.
Imagens+visual, o grande chamariz
Seja no e-mail marketing como nas postagens das redes sociais, as imagens serão suas melhores armas para chamar a atenção. Um layout interessante, fontes de fácil leitura, tamanhos adequados e uma foto matadora.
Como estamos falando de mobile, lembre: tudo tem que se adaptar a diversos tamanhos de tela. Sempre teste sua produção. O inspetor de elementos (F12, para quem não conhece) dos navegadores avançados, como Chrome e Firefox, já permite fazer isso de forma rápida e cobre todas as opções disponíveis.
Convém escolher um sistema de envio que tenha bons métodos de análise. Saber só taxas de abertura e cliques gerais é o começo. Mas as ferramentas devem permitir testes A/B, avaliação de detalhes e links são importantes para analisar a estratégia – e sem eles você pode insistir no erro em vez de aprender com ele.
Mobile: muda o meio, não muda o como
Não importa onde você vai encontrar o seu cliente: seja nas redes sociais, no e-mail, no seu site, pessoalmente. As mesmas regras continuam a se aplicar sempre: conhecer seu público; manter a marca viva e pulsante; entregar o prometido. Já vimos muitas mudanças nos últimos anos – e com certeza infinitas outras virão. E o melhor jeito de surfar ondas mutantes sempre será manter contato com o que acontece e seguir fazendo o seu trabalho da melhor forma possível.
Foto do destaque: Tom Eversley, via IsoRepublic, copyleft; lente: Viktor Hanacek, Picjumbo