Dos 62,8 milhões de brasileiros com celulares capazes de acessar a internet, apenas 18,8 milhões utilizam o serviço, 30% do montante total. São 44 milhões de brasileiros que têm acesso à internet pelo celular, mas não fazem uso deste recurso.
Esses dados foram obtidos pela Acision e publicados durante a Futurecom 2010. A pesquisa identificou os principais motivos que colaboram com esse quadro de resistência ao acesso mobile:
55% dos entrevistados dizem não acessar a internet pelo celular devido ao preço do serviço
31% alegaram que não sentem necessidade de utilizar este serviço
Pode-se perceber que, para tornar o acesso à internet via dispositivos móveis uma atividade mais recorrente na vida do brasileiro, as empresas que o fornecem devem adaptá-lo ao mercado nacional, pois, além do baixo índice de utilização, o número de reclamações é alto quanto à performance do serviço.
90% dos usuários que o utilizam têm reclamações, sendo as mais recorrentes relacionadas à lentidão, falta de conexão e dificuldade em manter-se conectado.
O comércio eletrônico se encontra no meio desse fogo cruzado. De um lado celulares com cada vez mais opções de conexão e interatividade e, do outro, empresas que não fornecem uma conexão de qualidade. Fatores que deveriam se complementar estão em disparidade.
Isso só vem a dificultar a popularização do m-commerce, comércio eletrônico via dispositivos móveis. Se o e-commerce “tradicional”, feito via computador, ainda enfrenta algumas barreiras e resistências, será preciso uma grande adaptação das fornecedoras de conexão mobile para que esse tipo de acesso à rede se popularize e viabilize o m-commerce.
A infraestrutura e preparo dos fornecedores de acesso mobile de países como Japão, que, ainda em 2005, teve US$ 6,12 bilhões movimentados via m-commerce, e Estados Unidos, onde a projeção de faturamento do m-commerce para este ano é de US$ 2,4 bilhões, são referências a serem seguidas pelo mercado nacional.
Como visto, a utilização online do celular é uma tendência muito forte, tendo em vista o índice de sofisticação dos aparelhos celulares, muito maior do que o de PCs. Portanto, a qualidade dos serviços mobile deve aumentar antes de sua demanda, de forma a oferecer um setor preparado para satisfazer as necessidades deste mercado.