A nova tendência no e-commerce, o fast fashion, parece ter chegado para ficar – como demonstram as vendas nos seus grandes players. O modelo se refere às marcas e lojas que tiveram sucesso em entregar novos produtos aos seus clientes. Eles lançam as novas tendências por preços acessíveis, rapidamente – e não importa se a inspiração está na rua ou nas passarelas.
A criação, marketing e venda destas roupas se tornou um ótimo negócio para grandes redes e coloca grande pressão nas marcas que precisam lutar para acompanhar os desejos em mudanças constantes.
Como atender este mercado em mudanças constantes?
Crie rápido
Enquanto as marcas tradicionais seguem o calendário das estações – primavera, verão, outono, inverno – e precisam de mais de nove meses entre o desenho e o produto nas araras, as marcas de fast fashion produzem suas peças em poucas semanas.
Estas empresas, que já existem no varejo físico há tempos, ao entrar no mundo digital, agem ainda mais rápido. A Boohoo.com, por exemplo, desenha, produz e vende roupas inspiradas nas atrizes e celebridades em poucos dias – e aumentou as vendas em 35% no primeiro semestre de 2015.
Se as marcas tradicionais costumam produzir na Asia para conseguir diminuir os custos, o fast fashion está se apoiando em oficinas que ficam próximas dos seus negócios para garantir a velocidade. Boohoo e Missguided, as líderes inglesas, produzem no Reino Unido e a Zara mantém boa parte das oficinas na Espanha.
Com esta prática é mais fácil produzir e entregar as novas peças aos clientes.
Marketing rápido
O Marketing é a chave do fast fashion – e, de novo, a velocidade é fundamental. É preciso construir desejo pelas novas peças, quase ao mesmo tempo em que são criadas e entregues o mais rápido possível.
As marcas fast fashion costumam ter o melhor retorno em plataformas como o Pinterest e o Instagram, onde tanto celebridades como usuários postam suas últimas compras. Lançamentos contínuos e rápidos de novos produtos garantem às empresas conquistar tráfego e engajamento em seus sites o ano todo, pois os clientes visitam o site o tempo todo para checar o que há de novo e os últimos modelos disponíveis.
Na Missguided, por exemplo, o plano é atualizar o site a cada hora com novidades.
Venda rápido
Por fim, o modelo envolve a capacidade do varejista de testar pequenos lotes de novidades em suas lojas – sejam elas online ou físicas – e produzir maiores quantidades caso o sucesso aconteça.
Isso só é possível graças a uma cadeia de fornecedores muito atenta e responsiva, que permite às marcas entregar novidades assim que a tendência aparece enquanto as marcas mais conhecidas não conseguem responder com rapidez à popularização de um determinado modelo ou cor.
Como os varejistas de fast fashion não fazem encomendas nos mesmos volumes que os negócios tradicionais, preferindo aumentar o leque de produtos que vendem mais, eles nunca têm muito estoque parado. Isso significa que não precisam apelar para descontos – e aumenta a urgência para o cliente voltar à loja e conquistar os modelos que deseja.
Um estudo mostrou que os clientes visitam uma loja da Zara 17 vezes por ano, em média, contra quatro visitas por ano à GAP. Você imagina qual é a diferença nas lojas online? Ainda não existem estudos, mas certamente é grande.
A reação de algumas marcas tem sido oferecer itens clássicos e duráveis, que cabem em qualquer guarda-roupa. Entretanto, como algumas das marcas reconhecidas, por exemplo a própria Gap, estão aderindo ao fast fashion, a tendência parece que veio para ficar.
Ao acelerar o processo de criação, marketing e venda, os varejistas farão mais do que serem rápidos (ou vapt-vupt, como se diria no Brasil), eles vão estender seus limites em cada uma das três áreas de seus negócios.
Via: econsultancy.
Foto: Hannah Morgan/Unsplash