No Fórum E-Commerce Brasil 2016, foram apresentados os resultados da 3ª Pesquisa Nacional de Varejo Online, feita pelo E-Commerce Brasil e SEBRAE. Foram 2781 entrevistas, 800 com empresas que têm e-commerce, realizadas em junho de 2016, a partir das bases de dados das duas empresas.
Os resultados mostram números animadores para o e-commerce brasileiro e muitas possibilidades futuras. Os destaques desta edição da pesquisa:
- 50% (metade) dos “pure players”, empresas que só atuam online, apresentaram lucro no período;
- 76% dos e-commerces têm sede nas regiões Sul/Sudeste e o Nordeste já tem 12% de participação – o que revela um aumento de vendas por lá;
- A taxa de conversão se manteve estável em 1,5%;
- Houve redução das taxas de abandono de carrinho para 34%.
- Houve redução dos investimentos em marketing e aumento do uso dos dados do cliente nas empresas de médio e grande porte.
Quem são as empresas do Varejo Online Brasileiro?
E-Commerce Brasil e Sebrae usaram para a pesquisa apenas negócios que têm e-commerce puro ou os que também têm lojas físicas – 28% dos entrevistados. Vale notar que os entrevistados que só têm loja física (31%), 12% já teve e-commerce e fechou as portas para o online.
Das empresas que trabalham com e-commerce, a maioria é MEI (84%), 54% são ME, 37% EPP e 20% MGP.
45% dos entrevistados usam plataformas alugadas, 36% rede social, 32% plataforma própria, 24% usam marketplaces, 14% plataformas gratuitas e 13% aplicativos mobile.
No mercado de marketplaces, Mercado Livre reina, com 77%, seguido por Extra (38%), Ponto Frio (36%) e Submarino (34%) – tecnicamente empatados, pois a margem de erro da pesquisa é de 3,5 para mais ou para menos.
O gráfico da idade das lojas mostra um cenário interessante: enquanto 18% foram abertas entre 2000 e 2009, 23% foram abertas no último ano – contra 5% em 2016.
A idade média das operações de e-commerce é de quatro anos. Mas 1 em cada dois começou o negócio há menos de três anos e apenas 19% têm mais de 6 anos de operação.
E as vendas?
Os principais destinos das vendas continuam a ser São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – e a região Sul também tem relevância no cenário nacional, além do Distrito Federal.
Nas categorias uma confirmação: uma a cada três operações atua no segmento de moda. E 73% trabalham com comércio – apenas 18% dos entrevistados vendem serviços.
65% dos e-commerces tem até quatro funcionários em todas as etapas da operação. E 50% dos negócios dão lucro, 30% estão empatados, 20% ainda dão prejuízo. A tendência de lucro, entretanto, cresce conforme o porte da operação – quanto maior, mais lucro.
Surpreende, no cenário atual, que 32% dos gestores não saibam sua taxa de conversão, taxa de abandono de carrinho (38% não sabem), o custo da logística reversa (35%), ou investimentos em marketing (18%). Isso mostra amadorismo na gestão, que tem muito espaço para melhorar.
Nos canais de atendimento, destaque para uma tendência de mudança nos canais: redes sociais (Facebook), chat e whatsapp estão ganhando espaço tanto para atender como para concretizar vendas.
As maiores dificuldades? Tributação, logística e marketing, dizem os empresários – a ordem varia conforme o tamanho da empresa.
Também chama a atenção que 1 em cada 2 entrevistados não tenha estratégia de fidelização – ou conheça o seu diferencial competitivo.
O principal motivo do fechamento de um e-commerce (36%) foi baixo faturamento ou dificuldade financeira.
Dos que não têm presença no comércio eletrônico 59% dizem que pretendem usar o canal.
Conclusão: o comércio eletrônico brasileiro amadureceu e se aperfeiçoou no último ano, apesar da crise política. E há muitos nichos para ocupar, trabalhar e lucrar.