A adesão dos brasileiros pelas lojas online alcançou patamares elevados nos últimos anos.
A adoção das medidas de distanciamento social em 2020 e 2021 contribuiu para o resultado, mas a verdade é que o comércio eletrônico já vivia um período de ascensão.
E, no pós-pandemia, o que vimos foi a consolidação do comportamento omnichannel do público: as pessoas trafegam entre os diferentes canais e, mesmo que não feche a compra no digital, ele vai ser determinante na sua tomada de decisão.
E-commerce está mais popular
Confirmando a importância conquistada pelo setor, o comércio eletrônico brasileiro voltou a crescer em outubro de 2023, puxado pela demanda inicial da Black Friday, no fim de novembro.
Foram 2,47 bilhões de visitas únicas no mês – alta de 3,6%. De janeiro a outubro, a média de acessos do e-commerce do país é de 2,51 bilhões por mês. No melhor momento de 2023, foram registradas 2,61 bilhões de visitas em julho.
Para se ter ideia do que está acontecendo nessa área, em 2021 o tráfego apurado pela Conversion chegava a 1,49 bilhão de acessos.
O relatório de outubro de 2023 da Conversion indica melhoras em diversos indicadores:
– os marketplaces, por exemplo, tiveram um incremento de 5,3% no tráfego em outubro, chegando perto da marca de 1,1 bilhão de visitas únicas. O setor é um dos mais procurados nas datas relevantes do varejo.
– além disso, apenas um setor registrou queda entre todos os analisados – e ainda de forma tímida: o de produtos importados (-0,4%).
– por outro lado, setores como o de itens infantis (21,7%) e de Casa e Móveis (8,7%) tiveram saltos relevantes no intervalo de um mês.
No quesito faturamento, os resultados também são positivos:
– pelo terceiro mês seguido, o faturamento do e-commerce brasileiro fecha no azul. Em outubro, o crescimento das receitas foi de 8,9%, mantendo o patamar do mês anterior (9%). Em agosto, as plataformas já tinham registrado uma alta tímida de 0,8%. Os dados são produzidos pela Conversion em parceria com a Venda Válida.
Os e-commerces preferidos
Apenas 10 das maiores lojas do Brasil detêm 50,9% de toda a audiência do e-commerce no Brasil; o líder Mercado Livre tem 13,8% de share, enquanto Amazon Brasil tem 8,2% e Shopee tem 6,6% (veja o ranking completo).
Share of Search dos principais players de cada setor
No relatório de novembro de 2023, vale analisar também dados do Share of Search dos principais players de cada setor.
Trata-se de uma métrica importante, justamente por permitir a análise de quais sites possuem maior reconhecimento de marca.
Analisando essas informações, notamos que muitos setores são dominados por um ou dois players. Exemplo disso é o mercado de Importados, que concentra 84% entre Amazon (56%) e Shein (28%), ou o de Pet, que tem cerca de 70% do share em Petz (40%) e Cobasi (30%).
Entre as marcas com maior índice de lembrança em seu setor, figuram:
Amazon – 58% (importados)
Petz – 40% (pet)
Stanley – 35% (presentes & flores)
Cobasi – 29% (pet)
Ri Happy – 29% (infantil)
Nike – 29% (esportes)
Loja do Mecânico – 29% (ferramentas & acessórios)
Samsung – 27% (eletrônicos & eletrodomésticos)
Mercado Livre – 25% (marketplace)
Shein – 24% (importados)
Tendências para 2024
Quem tem interesse em explorar as oportunidades na área de e-commerce precisa ficar atento às tendências do segmento.
Assim, é importante lembrar que a tecnologia tem um papel preponderante na vida dos clientes, justamente por melhorar a experiência do usuário.
Contudo, o comportamento do consumidor é o eixo da transformação digital.
Para não errar nas estratégias, é fundamental:
Investir na omnicanalidade
A omnicanalidade deixou de ser tendência para o e-commerce, transformando-se em pendência.
A movimentação nessa área já era acentuada, mas o fechamento e/ou restrições de horários para as lojas físicas, em função da pandemia, acelerou o processo de mudança.
Importante lembrar que, neste caso, não se trata mais de oferecer diferentes canais para o cliente. A palavra de ordem é integração.
Assim, o consumidor escolhe se vai comprar na loja física, no WhatsApp, via televendas, no site, nas redes sociais ou no marketplace, e a loja consegue fazer a gestão unificada das vendas.
Uma das vantagens da integração do WhatsApp, por exemplo, é conseguir ampliar a força de vendas, uma vez que é possível colocar o vendedor da loja física no digital.
Para quem ainda tem dúvidas sobre a importância do mobile, veja este dado: o relatório da Conversion indica que, em outubro de 2023, 76% dos acessos foram feitos via aparelho celular.
Além disso, ter uma plataforma omnichannel é fundamental, também, para que as empresas possam viabilizar o modelo híbrido.
Apostar na personalização
O cliente hoje exige um tratamento mais customizado, direcionado para suas necessidades específicas.
Mas não se trata apenas de se comunicar com o cliente de forma mais direta e pessoal. A customização deve estar presente em todas as etapas, inclusive na oferta de produtos e serviços.
Além disso, formas de pagamento e entrega diferenciada podem representar diferenciais importantes nessa área.
O importante é priorizar a conveniência do cliente e estar preparado para elevar o seu nível de satisfação com a marca em cada etapa da jornada de compra.
Valorizar a experiência do usuário
Nesse sentido, acostumado com a instantaneidade da internet, o público torna-se cada dia mais impaciente. Portanto, é fundamental agilizar os processos, em todas as áreas.
Numa operação omnichannel, o mais importante é entender a influência de cada canal nos negócios.
Assim, o e-commerce valoriza as propostas de valor da operação e direciona melhor os seus investimentos.
Fique atento: os resultados são melhores para quem foca na jornada do cliente. Antes de tudo, a personalização é um atributo importante nessa história, e as empresas podem contar com a ajuda da tecnologia para aprimorar o trabalho nessa área.
Como vimos neste artigo, os números do e-commerce continuam em ascensão. Mas não é fácil figurar entre as lojas preferidas do consumidor, até em razão da concorrência.
A preferência pelos marketplaces é mais uma razão para fazer a integração do e-commerce próprio a esses modelos de venda. É uma forma de garantir que ele encontre a sua marca e, a partir daí, comece a desenvolver uma relação com os seus diferenciais.
No final, esta é a questão-chave: como construir relacionamentos duradouros com o público-alvo, estabelecendo outro tipo de conexão.
Gostou do artigo? Veja também este artigo sobre Ações que funcionam para estreitar a relação com o cliente.