Apesar da instabilidade econômica, em razão das pressões sofridas pelo mercado, as previsões se mantêm positivas para o e-commerce.
A expectativa é que as vendas online voltem a crescer em faturamento em 2025, como tem acontecido nos últimos anos. Segundo a Abcomm, devemos ultrapassar R$ 250 bilhões de faturamento até 2027. Para 2025, a previsão é de que haja um aumento de pelo menos 10% em relação a 2024.
Neste ambiente, um dos destaques tem sido justamente a categoria de beleza. Em 2024, as vendas aumentaram 12,7%, e os canais porta-a-porta, ecommerce e presentes tiveram um papel significativo.
Os bons resultados podem ser creditados ao apreço dos brasileiros pelos produtos e serviços ligados à beleza e à saúde.
O estudo Nielsen IQ indica que os consumidores nacionais estão entre os mais comprometidos com a beleza globalmente. No relatório que traz dados mundiais do setor, 72% da amostra diz que nunca deixaria de comprar cosméticos, 12 pontos a mais do que o registrado nos EUA, por exemplo.
Atender às demandas dessa área, contudo, exige atenção das empresas, uma vez que tem havido mudanças importantes no comportamento do consumidor.
Vamos analisar algumas dessas tendências, importantes para que as operações de e-commerce se posicionem de forma adequada e consigam não apenas vender, mas firmarem-se entre as marcas preferidas e, assim, explorar o potencial de um segmento que tem tudo para continuar crescendo.
Por que são positivas as expectativas para o e-commerce no Brasil?
Apesar das turbulências no cenário econômico, as previsões são otimistas para o e-commerce brasileiro, até em razão dos bons resultados que têm disso obtidos este ano nas datas comemorativas.
Em junho, nas comemorações do Dia dos Namorados, o setor movimentou R$ 8 bilhões, conforme indica o levantamento da Neotrust CONFI, realizado em parceria com o E-Commerce Brasil.
Esse resultado representou um crescimento de 15,1% em relação ao mesmo período de 2024.
E, comprovando a relevância da área de beleza e saúde, o estudo indicou um aumento nas compras relacionadas a bem-estar, estilo de vida e autocuidado.
Para se ter ideia da movimentação nessa área, em 2024 o mercado de beleza posicionou-se entre os cinco maiores do mundo nesse segmento.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) indicam que a previsão é de crescimento contínuo, o que deve fazer com que o Brasil atinja US$ 32 bilhões até 2027.
E veja também este dado: o país hoje se destaca por estar entre os três maiores lançadores de produtos de beleza, um reflexo da sua enorme capacidade de inovação e consumo nesse setor.
Refletindo sobre o desempenho do e-commerce, o relatório global da Nielsen IQ indica que as vendas online crescem 3x mais rápidas do que a do varejo físico, impulsionado por influenciadores sociais e consumidores nativos digitais.
Olhando para os desafios do setor, o estudo traz alguns insights importantes:
– é preciso investir na inclusão, focando nas necessidades “reais” dos clientes, considerando tons de pele, tipos de cabelo e preferências locais;
– a inovação é esperada, mas desde que as empresas adotem preços acessíveis;
– em relação aos canais de vendas, o estudo confirma a relevância do omnichannel, assim como a necessidade de investir nas parcerias com influenciadores.
Como se posicionar no segmento de saúde e beleza?
A análise das oportunidades para os e-commerces de saúde e beleza precisa contemplar a questão da inclusão, como indicado no relatório da Nielsen.
E pesquisa recém-lançada pela Opinion Box, especificamente sobre o segmento mostra, por exemplo, que a pressão social em torno de padrões de beleza continua alta.
E ela é mais sentida pelas mulheres, mais afetadas pela baixa autoestima: 15% consideram ter baixa autoestima, contra 9% dos homens. Elas também se consideram mais distantes (27%) dos padrões de beleza do que os homens (20%).
Essa situação se repete quando o assunto é peso corporal. Neste estudo, 51% das mulheres avaliam que estão acima do peso, contra 43% dos homens.
Uma das conclusões é que essa visão mais negativa está relacionada ao fato de que mais mulheres sofrem com o julgamento e o preconceito em relação aos seus corpos – 37% delas, contra 24% deles.
Essa situação tem feito com que mais pessoas sigam influenciadores adeptos do body positive.
Na edição anterior da pesquisa, apenas 16% dos respondentes declararam seguir influenciadores com esse perfil. Nesta edição, contudo, o número saltou para 60%.
Segundo a pesquisa, esse crescimento confirma que tema da diversidade corporal tem ganhado espaço e engajamento nas redes sociais, refletindo uma maior conscientização sobre a importância de promover mensagens de aceitação e empoderamento.
Apesar desse ambiente, em tese, mais positivo, a pesquisa da Opinion Box também revela a elevada preocupação dos brasileiros com as questões estéticas.
Entre os entrevistados, 54% das pessoas realizaram seu primeiro procedimento estético antes dos 30 anos.
E 63% relatou ter feito algum procedimento estético com o objetivo de amenizar os sinais de envelhecimento.
E tem mais: 42% dos respondentes afirmara que fariam ou têm vontade de fazer um procedimento estético, o que reflete uma crescente normalização desses procedimentos na sociedade.
A propósito dos produtos, os de maquiagem são predominantemente usados por mulheres, com 80% relatando o hábito, contra 20% dos homens.
Decisões de compra no setor de beleza: representatividade ganha força
E sobre as influências na decisão de compra, 33% das pessoas reconhecem que as redes sociais impactam diretamente sua visão de beleza, mas essa influência vai além do digital, estendendo-se para outras formas de comunicação.
E, assim como em outros estudos, os dados apontam que há um desejo claro de maior representatividade nas mídias, evidenciando uma mudança de comportamento e uma demanda crescente por conteúdos mais inclusivos, que refletem a pluralidade de formas, tamanhos e aparências presentes na sociedade.
Veja esse dado:
– 4 em cada 10 pessoas concordam que propagandas estreladas por pessoas mais parecidas com elas têm maior influência em suas decisões de compra.
Essa informação é relevante quando pensamos nos melhores caminhos para o posicionamento das marcas.
As que investirem na autenticidade e na representatividade em suas campanhas não apenas atendem às expectativas dos consumidores, mas também têm a oportunidade de criar conexões mais genuínas e impactantes.
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Artigo originalmente publicado em E-commerce Brasil.