Skip to main content
Clientes, Experiência e Atendimento

O seu e-commerce está preparado para o público 50+?

By 24/03/2023abril 6th, 2023No Comments

Desenvolver estratégias específicas para o público 50+ pode representar excelentes oportunidades para as empresas.

Além do crescimento significativo desses grupos em termos quantitativos, vale lembrar que, mesmo no Brasil, estamos falando de pessoas com rendas mais estáveis.

O desafio para as empresas é buscar cada vez mais conhecimento sobre o comportamento dessas gerações, afinal, 50+ envolve públicos diversos.

Reunimos neste artigo informações importantes sobre as estratégias que podem ser adotadas. Confira!

Os desafios do “caldeirão multigeracional”

Em meio aos muitos desafios enfrentados no ambiente corporativo, é importante atentar para o chamado “caldeirão multigeracional”.

A expressão tenta dar conta do fato de termos hoje várias gerações ativas do ponto de vista econômico.

A genZ está chegando com força ao mercado de consumo, mas isso não significa que todas as atenções possam ser direcionadas para ela.

Afinal, com o aumento da expectativa de vida, as demais gerações, como a X ou mesmo os babies boomers, estão em plena atividade, trabalhando, estudando e, claro, consumindo.

Veja esse dado: a porcentagem da população mundial com mais de 65 anos passou de menos de 5% em 1960 para mais de 9% em 2019. Em 2050, espera-se que seja superior a 16%.

Olhando para o Brasil, o cenário é ainda mais complexo, porque o envelhecimento da população é um evento recente. Sempre fomos reconhecidos por sermos um “país de jovens”.

Por isso, nem sempre nos damos conta das mudanças que estão a caminho. Hoje, os 50+ são o grupo que mais cresce e vai seguir crescendo no Brasil – são 54 milhões de pessoas atualmente e, até 2050, devem chegar a 98 milhões de pessoas.

Público 50+ e os impactos da transformação digital

Refletindo sobre o cenário do e-commerce, algumas questões importantes devem ser consideradas no debate sobre o atendimento do público 50+:

Para começar, é importante pensar nos impactos relacionados à pandemia do Covid-19. A relação deste grupo com a tecnologia teve mudanças significativas.

Vários estudos têm mostrado que o processo de digitalização foi acelerado, até em função do emprego mais frequente do aparelho celular.

Isolados, uma vez que eram o grupo de maior risco, uma parcela dessas pessoas teve que aprender a usar melhor essa tecnologia para conseguir se comunicar com a família e, em muitos casos, realizar suas compras de casa, via internet.

Mas é preciso atenção nas estratégias, porque esse grupo ainda tem mais afinidade com as lojas físicas. 

Uma questão que tem aparecido nos estudos é que eles gostam de ter mais assistência na hora da compra.

Ou seja, um dos caminhos para que as lojas virtuais se mantenham relevantes para este público é investir no atendimento especializado, mesmo quando a compra for à distância.

Neste sentido, investir em soluções de assistência virtual pode representar boas oportunidades de negócio para as lojas virtuais.

E se o emprego do celular se tornou mais efetivo, funciona usar apps como o WhatsApp para estabelecer a conexão com esse grupo.

Por que aprimorar as estratégias de segmentação?

Temos falado muito sobre a questão da hiper personalização, uma das tendências que despontam para o varejo.

Quando olhamos para os 50+, fica evidente essa necessidade de uma abordagem mais criteriosa para atender aos diferentes perfis.

Um dos erros, nos projetos de segmentação, é desconsiderar que temos várias nuances que devem ser respeitadas na classificação do público.

Por exemplo, entre os 50+, é importante considerar que uma boa parcela está ativa no mercado de trabalho.

Além da maior adesão à tecnologia, outro ponto tem sido destacado nas pesquisas: esse grupo foi o que teve mais estabilidade financeira nos últimos anos, justamente por contar com proventos mais estáveis, como a aposentadoria.

Veja esse dado do estudo “50+: novos tempos, novos hábitos // Transformações do isolamento e do amadurecimento”, projeto realizado pelo Agibank, em parceria com o Núcleo 60+:

– durante a pandemia, 54% dos 50+ não tiveram alteração na renda, enquanto no grupo controle apenas 29% alcançaram essa mesma situação.

O estudo também confirma algumas tendências em termos de comportamento:

– o uso dos devices pelos 50+ já era uma realidade pré-pandemia. Agora, eles mostraram que usam uma maior variedade de aparelhos, além do celular, em valores próximos ao grupo dos 30-49. A internet pelo desktop, por exemplo, é mais usada pelos 50+ do que pelo grupo controle.

– o desejo de proximidade foi um grande propulsor do processo de digitalização 50+. Depois da primeira chamada de vídeo com a família, tudo fica mais simples. 

– no contexto pós-pandemia, pode-se prever para o público maduro cada vez mais uma complementação de canais, com foco em uma experiência diferenciada no ponto físico, algo que não se pode obter no digital da  mesma forma.

– com a crescente digitalização, um possível abandono das experiências nos pontos físicos poderia ser observado, mas, na maioria dos casos, o que vemos é uma complementação dos dois canais.

– quando questionados sobre o uso de lojas físicas para realizar compras, 41% dos 50+ responderam que seguem comprando presencialmente. No grupo controle, o valor cai para 36%.

– entre os 50+, é mais variado o uso dos canais de atendimento bancário. Tem quem prefira o cartão, tem quem use mais a lotérica (classes D e E, principalmente). Tem quem use o dinheiro físico e quem prefira realizar a transação pelo app. Por isso, segundo o estudo, estar preparado para essa diversidade de canais é chave para atender a pluralidade dos hábitos dos maduros. 

– quando se analisa a longevidade, a tendência é tentar encontrar padrões e comportamentos que perpassam todas as idades contempladas dentro dos “+”: 40+, 50+, 60+. Os comportamentos e hábitos padrões existem, mas de nenhuma forma definem todos os grupos presentes no corte.

– refletindo sobre a diversidade dentro público, importante analisar a questão financeira:  a independência financeira entre os 50-59 é maior do que entre os 30-49, entretanto, no grupo de maiores de 80 anos, essa independência cai novamente.

Público 50+: como têm sido as compras online?

Os dados do relatório da Neotrust ajudam na análise sobre o comportamento específico desse público no e-commerce.

Em 2021, segundo o levantamento, as cinco categorias que lideraram o número de pedidos entre o público com mais de 50 anos foram: 

* beleza;

* perfumaria e saúde; 

* moda e acessórios; 

* artigos para casa; 

* móveis, construção e decoração; 

* e entretenimento.

No comparativo entre 2019 e 2021, o destaque foi o setor de beleza, perfumaria e saúde, que atingiu o topo do número de pedidos pela primeira vez em 2021, até então liderado por moda e acessórios.

Em termos de categorias de produtos, não há diferenças significativas em relação aos demais públicos.

Contudo, como têm alertado os especialistas, é preciso atenção na abordagem dessas faixas etárias. Além da falta de representatividade, indicada em vários estudos, há também o relato de que os consumidores 60+, por exemplo, não encontram produtos adequados ao seu perfil.

E veja que estamos falando de uma faixa etária bem importante do ponto de vista do mercado de consumo: o Brasil já possui mais mulheres 60+ do que crianças e adolescentes de zero a 14 anos. 

O desafio neste momento, então, para as empresas é buscar formas de estreitar seus vínculos com esta parcela do público. É a partir daí que será possível compreender melhor os seus hábitos e, claro, desenvolver estratégias mais assertivas.

Como vimos, não se trata de algo para o futuro, mas para o presente. Há muitas oportunidades que podem ser exploradas por quem entender o comportamento do público 50+.

O artigo foi interessante para os seus propósitos? Quer mais dicas de estratégias para aplicar o seu negócio? Confira também nosso artigo sobre Consumidor do futuro: como preparar o e-commerce?

Artigo originalmente publicado em E-commerce Brasil.

Compartilhe