O consumidor atual é multicanal e quer encontrar os produtos favoritos em lojas físicas, virtuais, por meio dos dispositivos móveis, entre outros. Apesar da movimentação a favor da adoção da integração das modalidades de vendas, ainda não há uma reação do mercado, para se adaptar aos desejos desses novos consumidores, ou, neoconsumidores, como classifica a pesquisa recente da consultoria em varejo GS&MD – Gouvêa de Souza. No estudo realizado em 15 países (inclusive no Brasil), em parceria com o instituto Ebeltoft, conclui-se que cresce com frequência o número de pessoas interessadas em, por exemplo, comprar on-line e fazer uma troca em um ponto de venda físico.
A pesquisa aponta que não haverá recuo no consumo virtual, tamanha a intimidade que se adquiriu com o esse ‘novo’ jeito de fazer compras. Ainda assim, o varejo tradicional é muito importante para a economia. A partir das constatações, fica claro o modo como um canal complementa o outro. Outro levantamento, este realizado pela empresa Demandware, atesta que 51% dos entrevistados gostariam de incluir possíveis compras no carrinho virtual das lojas por meio de smartphones, para depois finalizar o procedimento de um computador de mesa, enquanto apenas 23% dos varejistas disponibilizam a função.
Também é grande o nível de insatisfação quando os consumidores não encontram no universo on-line a loja de suas marcas favoritas – 47% dos respondentes disseram que se decepcionam com a situação. “Manter uma presença virtual é extremamente importante. Se o empresário tem uma loja física, essa cobrança é ainda maior, porque os clientes querem pesquisar on-line, ir a um ponto de venda para tocar o produto, pensar, para então se decidir em comprar virtualmente”, explica Marcelo F. Silva, gerente de marketing da JET Tecnologia em Comércio Eletrônico.
Usuário Conectado
A afirmação de Silva traça um perfil bem atual do novo consumidor. Ele é mais bem informado, procura os melhores preços (81% deles usam comparadores na busca pelos melhores preços) e se sente mais seguro em comprar pela internet. Prova disso é o último estudo da e-bit, que mostra uma maior confiança e satisfação do e-consumidor com o passar dos anos. Pedro Guasti, diretor geral da e-bit, empresa especializada em números do setor, afirmou na divulgação dos dados do primeiro semestre deste ano que “o e-consumidor está cada vez mais satisfeito com os serviços prestados pelas lojas virtuais, que, por sua vez, estão mais preparadas para atender a crescente demanda de pedidos”.
A penetração do acesso à internet por brasileiros também é fundamental para o e-commerce. Segundo o último relatório divulgado pelo Ibope / Nielsen, já são 77,8 milhões de pessoas conectadas em diversos ambientes, como suas próprias casas e ambiente de trabalho. “Esse crescimento desenha um quadro completo de como será o universo de compras nos próximos anos e ele será multicanal. Algumas empresas de grande porte já acompanham essa tendência”, diz o gerente de marketing.
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