No começo do ano, a Gartner fez um encontro em que mostrou as 10 principais tendências tecnológicas. O resumo: Estamos no centro de um conjunto em crescimento de dispositivos, outras pessoas, informações e serviços que estão fluida e dinamicamente interconectados.
Esta malha digital envolve cada um e novas experiências surgirão para participar dela. David Cearley, VP da Gartner, apontou as três categorias para as tendências: a malha digital (digital mesh), máquinas inteligentes e a nova realidade da tecnologia da informação.
Para quem trabalha na cadeia do e-commerce as consequências e impacto deste ambiente mais complexo – e integrado e inteligente – serão sentidas tanto no comportamento dos usuários e clientes como nas estratégias de marketing. Vamos acompanhar e usar a criatividade para produzir mais e melhor neste novo ambiente.
A Malha Digital
1. A rede de dispositivos
Todos os dispositivos, como carros, câmeras, eletrodomésticos estão conectados em um conjunto de pontos de acesso que as pessoas usam para acessar informações ou aplicações, interagir com outras pessoas, comunidades, governos e negócios. Conforme a malha avança, Gartner acredita que as conexões permitirão maior interação e cooperação entre os dispositivos. Os maiores avanços devem acontecer nos dispositivos usáveis (ou vestíveis), realidade aumentada e especialmente na realidade virtual.
2. Ambiente de experiência do usuário
Todas as interações digitais passarão a ser sincronizadas num ambiente de experiência do usuário que permite ter a mesma qualidade de experiência através de diversos dispositivos, no tempo e no espaço. Os usuários poderão interagir com uma aplicação em diversas etapas numa sequência que pode acontecer por um longo período. A experiência combinará ambientes físicos, virtuais e eletrônicos, usando informação do contexto em tempo real para permitir a transição entre cada um dos lugares. As empresas e organizações precisarão levar em conta os diversos passos da jornada do consumidor para mudar os projetos e desenhar aplicativos que incluam toda a malha de produtos e serviços envolvidos na experiência do usuário.
3. Impressão 3D
Os avanços das impressoras 3D avançará e será possível usar diversos materiais, inclusive ligas de níquel, fibra de carbono, vidro, tinta condutora, eletrônicos, farmacêuticos e material biológico para aplicações práticas que se ampliação nas áreas aeroespacial, médica, automotiva, energética e militar.
Os avanços mais recentes permitem combinar diferentes materiais numa mesma impressão 3D. Isso pode ser muito útil para reparos – uma ferramenta específica pode ser impressa quando preciso. A impressão 3D biológica de pele ou órgãos está saindo da teoria para a realidade, entretanto nem políticos nem o público conseguem entender completamente as consequências.
Máquinas inteligentes
4. A informação de tudo
Tudo o que nos cerca na malha digital produz, usa e se comunica com volumes gigantescos de informação. As organizações devem aprender a identificar quais informações oferecem valor estratégico, como ter acesso a informações de diferentes fontes como usar os algoritmos para alimentar seu negócio com a Informação de tudo.
5. Aprendizado avançado das máquinas
O aprendizado avançado das máquinas é o que as faz parecer “inteligentes” permitindo que entendam os conceitos do ambiente e também que aprendam. Através do aprendizado das máquinas é possível mudar a resposta e o comportamento futuro. Por exemplo, ao analisar grandes bases de dados com históricos médicos, estas máquinas inteligentes podem mostrar novas possibilidades de tratamento. Esta área está evoluindo rapidamente e as empresas precisam descobrir como podem aplicar estas tecnologias para ter vantagem competitiva.
6. Coisas e agentes autônomos
O aprendizado avançado das máquinas dá margem para uma enorme variedade de aplicações para as máquinas inteligentes – que inclui robôs, carros autônomos, assistentes pessoais virtuais e conselheiros inteligentes que funcionam de forma autônoma ou semi-autônoma. Estes dispositivos alimentam a experiência do usuário e podem se transformar na principal interface. Em vez de usar menus, formulários ou botões no smartphone, o usuário falta com o aplicativo que é realmente um agente inteligente.
A nova realidade da TI
7. Arquitetura de Segurança adaptativa
As complexidades do negócio digital e da economia do algoritmo, combinadas com uma crescente indústria de hackers, aumenta os riscos para as empresas. Os líderes de tecnologia da informação precisam focar em detectar e responder aos ataques, sem esquecer das providências tradicionais de impedir e prevenir ataques.
8. Sistema de Arquitetura Avançado
A malha digital e as máquinas inteligentes exigirão uma arquitetura de sistemas reforçada para atender às necessidades das empresas. Este impulso extra virá das ultra eficientes arquiteturas neuromórficas. Sistemas baseados em GPUs e FPGAs (Field programmable gate arrays) funcionarão mais como cérebros que são criados para aplicações de intenso aprendizado e outros algoritmos usados pelas máquinas inteligentes. A arquitetura FPGA permitirá distribuição com menos consumo de energia aos menores aplicativos da Internet das Coisas, como casas, carros, relógios e até pessoas.
9. Aplicações e arquitetura de serviços na malha
Aplicações e arquitetura de serviços na malha será o que vai garantir o funcionamento de aplicativos e serviços no ambiente flexível e dinâmico da malha. Esta arquitetura estará a serviço das exigências do usuário conforme mudam ao longo do tempo. Ela reúne diversas fontes de informação, dispositivos, aplicativos, serviços e microsserviços numa arquitetura flexível em que os apps podem funcionar em diversos dispositivos finais e podem se coordenar entre si, produzindo uma experiência digital contínua.
10. Arquitetura e plataformas da Internet das Coisas
As plataformas da Internet das Coisas existem atrás da malha e arquitetura de serviços. As tecnologias e padrões na plataforma de Internet das Coisas fornece um conjunto de capacidades de comunicação, controles, administração e segurança aos dispositivos IoT. As plataformas agregam informação de cada ponto de entrega funcionando por trás dos cenários da arquitetura e tecnologia e tornam a Internet das Coisas realidade.
Fonte: Gartner; Imagem: Samsung, CC-BY-NC